sábado, 16 de maio de 2009

Video do Paul Poriet

Paul Poriet





O período entre o fim do século XIX e a Primeira Guerra Mundial é conhecido por Belle Époque. O nome vem da França, a qual estava passando por tempos muito bons, de paz, prosperidade e ostentação. Isto por que a revolução social e industrial iniciada no inicio do século XIX estava dando resultados, “novas invenções tornavam a vida mais fácil em todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan e o cinema haviam nascido e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau.”Neste cenário, dois campos estilísticos começam a inspirar os artistas e designers. Estes campos não eram antagônicos pois, na maioria das vezes, eram simultaneamente utilizados em uma criação com fonte de inspiração. De um lado o movimento impulsionado pela 2ª onda da Revolução Industrial, buscando sempre formas orgânicas e suntuosas por meio dos novos materiais e técnicas disponíveis. De outro lado, uma corrente inspirada nas impressões de pinturas Japonesas, que neste momento chegavam pela primeira vez a portos franceses, e na influência do mundo oriental, o qual recentemente havia chamado atenção dos homens de negócios europeus.
Da junção destes ramos diferentes floreceram vários movimentos, como o Art Noveau e o Impressionismo, cada um tendendo mais para um dos lados. Grandes artistas, como Mucha e Toulouse-Latrec, Klimt, etc. mesclavam em suas criações a modernidade e orientalismo, fosse por meio das tintas ou por meio das vestes.

No vestuário, o começo do século XX se destacou pelo “frou-frou eduardiano”. A ostentação estava em voga e as penas, rendas, perolas (verdadeiras ounão), babados, plissados, lantejoulas, pitados, rufos e muitos outros era inseridos no traje em efusão. O espartilho era muito apertado e forçava o corpo das mulheres para o famoso formato S e os tons claros eram os mais usados. A Maison Worth em Paris era a mais pretigiada nesta época e seu estilo, extravagante e vistoso, impunha moda. Mas isto tudo começa a mudar simultaneamente com o aparecimento das primeiras pinturas Fauvistas e com a representação do Balé Imperial Russo Russo da peça Cléopatre.O bom gosto começou a mudar; o oriente passou a chamar a atenção dos europeus, tão entediados com a Europa! Impostoras, como Mata Hari (mais tarde executada por suspeita de espionagem) passam a ter proeminência ao se passarem por personagens exóticos. A Própria Mata Hari, nascida e criada nos Países Baixos, passava-se por uma princesa javanesa ao trabalhar como uma prostituta de luxo.Este ambiente tornou propicio a ascensão do filho de um simples fabricante de guarda-chuvas chamado Paul Poiret. Abrindo sua própria Manson em 1903, Poiret projetou seu nome com um modelo de casaco-kimono muito controverso, mas em 1909 ele já havia conseguido tamanha fama que foi convidado a realizar um desfile na 10 Downing Street, casa dos primeiros ministros britânicos há séculos. Poiret aceitou e a roupa mais barata exibida custava 30 guineis, o equivalente na época a dois salários anuais de uma empregada doméstica.Poiret também investiu no que, na época, era pouco usual, mas que hoje tornou-se um padrão entre as grande marcas; a expansão vertical da linha de produto. Em sua Maison era possível encontrar, além de suas roupas, móveis, artigos para decoração e perfumes. Uma das fragrâncias oferecidas era fabricada por uma de suas empresas, que se chamava Rosine, nome de sua filha. Mesmo que sua marca não tivesse diretamente envolvida com este perfume, como a empresa era sua, Rosine o tornou o primeiro designer a lançar um perfume.Talvez um dos fatos mais associados a Poiret seja o de libertar as mulheres dos espartilhos. Negando mais de um século de silhuetas em forma de ampulheta e espartilhos apertados, Poiret pregava uma forma mais solta e fluída para o vestuario, mas muitas de suas clientes, ainda sim, não abandonaram o espartilho. Mas certamente, uma de suas maiores inovações no mundo da moda foi seu desenvolvimento da técnica de moulage ou draping, uma radical inovação em um mundo dominado pelo método de modelagem da alfaiataria. Esta técnica permitiu a Poiret criar suas peças com formas retas e alongadas, mas ainda sim fluidas. Esta forte ruptura na forma de produção das roupas conferiu a Poiret o título de pivô na construção moderna do vestuário.
Outras de suas mais famosas criações são as calças sherazade, meias-fina cor-de-carne, a saia hobble (era, geralmente utilizada por baixo de outra saia, tinha o formato muito próximo às pernas e era muito apertada, permitindo apenas paços pequenos), túnicas-abajur e até o sutian. Lembrando-se sempre que elas estavam preenchidas por cores vibrantes, um grande diferencial em relação ao lugar-comum da época. A assinatura de Poiret era a rosa, a qual aparecia periodicamente em suas roupas. Diz-se que ele apenas decorava com uma rosa o modelo com o qual Poiret estava particularmente orgulhoso.Durante a Primeira Guerra Mundial, Poiret teve de deixar a Maison a fim de ajudar na produção de uniformes. Quando, enfim, retornou, em 1919, a Maison estava às vascas da falência. Um estilo mais simples era a moda vigente e designers como Coco Chanel estavam fazendo um enorme sucesso com roupas minimalistas e extremamente bem acabadas enquanto as produções elaboradas de Poiret pareciam tortas e mal acabadas.Embora o design de Poiret era estonteante, a construção deixava a desejar; segundo Hamish o próprio Poiret dizia que suas criações deviam ser “tidas como belas de longe”. Assim, ele ficou fora de moda, endividado e sem suporte de seus sócios, o que o obrigou a deixar sua Maison. Quando esta faliu, em 1929, as roupas restantes foram vendidas por quilo como retalhos. Quando morreu, em 1944, Poiret estava esquecido.

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Paul Poriet

Paul Poriet
Primeiro estilista revolucionário